É a incerteza do talvez,
É a desilução de um quase!
É o quase que me incomoda,
Que me entristece,
Que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga,
Quem quase passa ainda estuda,
Quem quase amou e não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos,
Nas chances que se perderam por medo,
Nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, ás vezes. o que nos leva a escolher uma vida morna.
A resposta eu sei de cor.
Está estampada na distância e na frieza dos sorrisos,
Na frouxidão dos abraços,
Na diferença dos "Bom dia", quase se sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.
A paixão queima,
O amor enlouquece,
O desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para desidir entre a algreia e a dor.
Mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo meio termo,
O mar não teria ondas,
Os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina,
Não inspira,
Não aflige nem acalma
Apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Preferia a derrota prévia a dúvida da vitória e desperdiçar a oportunidade de merecer.
Para os erros há perdão,
Para os fracassos chance,
Para os amores impossiveis tempo.
De nada adianto cercar um coração vazio ou economizar alma.
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